‘Petrobrás é um problema’, diz Bolsonaro a Erdogan, chefe de Estado da Turquia
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, teve uma conversa informal com o chefe de Estado da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, antes da foto oficial do G20 e disse ter um apoio popular “muito grande” – contradizendo todas as pesquisas de opinião publicadas no país recentemente – e que a Petrobras “é um problema”.
No vídeo, publicado pelo portal “UOL”, Bolsonaro se apresenta a Erdogan e conversa por alguns minutos. Dizendo que a mídia o “ataca” e que a economia “está voltando bem forte” – o que também contradiz os números oficiais do próprio governo, a conversa segue com o apoio de tradutores.
Erdogan então cita os “grandes recursos petrolíferos” do Brasil e também a Petrobras. Parecendo não entender o comentário, Bolsonaro diz que a “Petrobras é um problema, mas estamos quebrando monopólios” e que “há pouco tempo essa era uma empresa de um partido”.
O líder turco aparenta ter ficado confuso com a resposta e pergunta quando é a eleição no Brasil. Bolsonaro responde que é no ano que vem e que “tem um apoio popular muito grande”.
“Temos uma boa equipe de ministros. Não aceitei indicação de ninguém. Fui eu que botei todo mundo. Prestigiei as Forças Armadas. Um terço dos ministros é [sic] militares profissionais.
Não é fácil. Fazer as coisas certas é mais difícil”, fala antes de Erdogan se despedir.
A rejeição ao governo de Bolsonaro está em 58%, segundo a última pesquisa de opinião do PoderData divulgada na semana passada. Já o Instituto DataFolha apontou que a rejeição era de 53% em setembro, o recorde desse governo. Nas duas pesquisas, o apoio ao presidente é de apenas 20% da população.
Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante reunião plenária da 16ª Cúpula do G20
Confira na íntegra o discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante reunião plenária sobre economia e saúde da 16ª Cúpula do G20. Evento reúne líderes das principais economias do mundo em Roma, na Itália, neste sábado e domingo (31).
Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, na sessão I: “Economia e Saúde Global” da 16ª Cúpula do G20 – Roma/Itália
Roma/Itália, 30 de outubro de 2021
Senhoras e senhores líderes do G20,
É uma grande satisfação para mim participar, presencialmente, deste importante encontro de lideranças em um momento de recuperação econômica mundial. Apesar de termos motivos para comemorar, ainda restam desafios para alcançarmos crescimento econômico mais estável e equitativo.
O Brasil se comprometeu com um programa extensivo e eficiente de vacinação, em paralelo a uma agenda de auxílio emergencial e preservação do emprego para a proteção dos mais vulneráveis. Estamos igualmente comprometidos com uma agenda de reformas estruturantes, essenciais para uma retomada econômica sustentada. Já conseguimos atrair um volume superior a US$ 110 bilhões em investimentos nos setores de infraestrutura e temos a expectativa de alcançar valores ainda superiores até 2022.
O histórico acordo concluído pelo G20 e por outros países sobre tributação internacional, no âmbito da OCDE, é também uma contribuição significativa para a sustentabilidade fiscal e econômica.
Os trabalhos do G20 na trilha de finanças renderam resultados importantes para a recuperação da crise econômica, como ilustram a nova alocação de direitos especiais de saque pelo FMI e as medidas para enfrentar desafios relacionados ao meio ambiente e à saúde.
Gradualmente, nossas economias recuperam-se à medida em que a crise sanitária é superada. Esses dois processos de recuperação caminham lado a lado. Ambos têm mostrado a relevância de promovermos um comércio internacional livre de medidas distorcivas e discriminatórias. Eis por que a integração de nossas economias, por meio de fluxos cada vez maiores de comércio e investimentos, constitui parte das soluções que buscamos com vistas à recuperação e ao desenvolvimento sustentável.
No Brasil, mais da metade da população nacional já está plenamente imunizada de forma voluntária. Mais de 94% da população adulta já recebeu pelo menos uma dose da vacina. Ao todo, aplicamos mais de 260 milhões de doses, das quais mais de 140 milhões foram produzidas em território nacional.
Para o Brasil, os esforços do G20 deveriam concentrar-se no combate à atual pandemia, que continua a assolar muitos países.
Entendemos, portanto, caber ao G20 esforços adicionais pela produção de vacinas, medicamentos e tratamentos nos países em desenvolvimento.
Muito obrigado.
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