Ibovespa sobe forte com notícia de remédio nos EUA ofuscando queda no PIB da China; dólar zera perdas
Mercado registra dia de ganhos diante da esperança de que medicamento da Gilead combata a pandemia
O Ibovespa opera em alta nesta sexta-feira (17) com os investidores animados pelos resultados promissores da droga Remdesivir no combate ao coronavírus. Um grupo de 125 pacientes recebeu a medicação e, em menos de uma semana, quase todos receberam alta, com apenas duas mortes. Desenvolvedora do medicamento, a biofarmacêutica Gilead viu suas ações dispararem 16% no after-market das bolsas de Nova York.
Além disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ontem diretrizes para a reabertura da maior economia do mundo, após semanas de quarentena para tentar conter o avanço do coronavírus. De acordo com Trump, o processo será gradual e ocorrerá em três fases.
Com essas notícias, foi deixado de lado o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) da China no primeiro trimestre. O país teve uma retração de 6,8% na sua atividade econômica, dado pior que o esperado pelo mercado, pois o consenso Bloomberg apontava para uma contração de 6%. Foi o primeiro resultado negativo no PIB chinês em 28 anos.
Às 12h10 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 1,10%, aos 78.664 pontos. Já o dólar futuro para maio tem alta de 0,58% a R$ 5,269. O dólar comercial tem leve alta de 0,25% a R$ 5,2685 na compra e a R$ 5,2695 na venda.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 avança cinco pontos-base a 3,69%, o DI para janeiro de 2023 tem alta também de quatro pontos-base a 4,63% e o DI para janeiro de 2025 registra ganhos de um ponto-base a 6,10%.
Política
O presidente Jair Bolsonaro acusou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) de conspirar para tirá-lo do poder. “Parece que a intenção é me tirar do governo. Quero crer que esteja equivocado”, afirmou o mandatário. Maia respondeu que Bolsonaro tenta desviar a atenção da demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que ontem foi demitido pelo presidente. “Ele não vai ter de mim ataques”, disse Maia.
Bolsonaro nomeou o oncologista carioca Nelson Teich, de 62 anos, para comandar a Saúde. Em uma live no Facebook com Teich, o mandatário voltou a criticar governadores e prefeitos pelas medidas de isolamento social para atrasar a difusão do coronavírus. O discurso de Bolsonaro foi acompanhado por panelaços em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Pandemia
A cidade de São Paulo já tem três hospitais com UTI lotadas na Zona Leste. Com a lotação das UTI na maioria dos hospitais na Região Metropolitana de São Paulo, o governo estadual estuda transferir pacientes atingidos pelo coronavírus para o interior, onde a pressão por atendimento ainda não é tão forte, informa o jornal O Estado de S. Paulo. No Ceará, os leitos de UTI específicos para pacientes do Covid-19 já estão todos lotados.
A lotação ocorreu cinco dias antes do previsto e a estimativa é a de que 250 pessoas morram por dia da doença a partir de 5 de maio, caso o governo estadual não consiga ampliar a infraestrutura, informa a Folha de S. Paulo. Segundo matéria do jornal O Globo, há risco de colapso nas redes públicas de Saúde nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Amazonas e no Distrito Federal. O governo federal pode negociar com hospitais privados reforço nos leitos. Na noite de ontem, o Brasil tinha 30.425 casos confirmados do coronavírus e 1.924 mortes.
Noticiário corporativo
A construtora e incorporadora imobiliária Helbor publicou prévia do primeiro trimestre de 2020 e informou que obteve vendas de R$ 242,5 milhões no período, uma expansão de 10,1% sobre igual período do dação ano passado. A Helbor não realizou nenhum lançamento no trimestre e 72% das suas vendas foram de unidades prontas.
Em outra notícia, a indústria têxtil Döhler de Joinville (SC) informou que pretende aumentar seu capital social em R$ 45 milhões, com a emissão de 15,1 milhões de novas ações, entre ordinárias e preferenciais. A empresa catarinense também pretende iniciar a negociação dos seus papéis na B3 a partir de 5 de maio.
A agenda destaca relatório de produção da Vale, após o fechamento, e entrevista da Petrobras sobre ações de resiliência adotadas diante dos impactos da pandemia e do choque dos preços de petróleo.
Comentários