Caso Lázaro, 38 tiros, contradições, organização criminosa e muito dinheiro público
Uma operação milionária, chegou ao fim nesta segunda-feira (28), após, Lázaro, ser morto em confronto com a coalisão das Forças de Seguranças dos estados do DF e Goiás.
A caçada que durou 20 dias, chegou ao fim cercada de contradições e muito mistério sobre a atuação de Lázaro, nas matas de Cocalzinho e região.
Lázaro Barbosa, 32 anos, foi morto com pelo menos 38 disparos, dos 125 disparos feitos pelos militares, contra ele na manhã desta segunda-feira (28/6). Lázaro teria trocado tiros com policiais em uma mata situada nas imediações da casa da ex-sogra, em Águas Lindas (GO). A informação foi confirmada pelo secretário de Saúde do município, Rui Borges. “Quando ele chegou ao hospital, já estava sem vida. Nós contamos 38 marcas de tiro. É um cálculo aproximado ainda”, ponderou.
A policia investiga a participação de fazendeiros, moradores da região, a ex-mulher de Lázaro, sua ex-sogra e também sua atual esposa. Segundo o Secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, os R$ 4.400 encontrados com o criminoso indicam que Lázaro tinha uma rede de apoio para a fuga.
Em entrevista, após, a morte de Lázaro, a atual esposa de Lázaro, Elen, nega ter mantido contato com o criminoso, mas Luana a ex-mulher, afirma que Lázaro usou seu celular para ter contato com a atual esposa na noite desse último domingo (28) um dia antes de sua morte.
Luana, ex-mulher de Lázaro Barbosa, contou que recebeu a visita do foragido entre 19h e 21h do último domingo. Ela contou que Lázaro, chegou em sua casa e utilizou o celular dela para conversa com a atual esposa Elen. Ela disse não saber o que eles conversaram.
Em entrevista a mulher contou que ele entregou R$ 300 para ajudá-la com o filho do casal, de 3 anos e 9 meses.
A mulher acusa a polícia de ter a levado para a mata acusando a de saber onde Lázaro, estaria escondido.
“Eles falavam que eu sabia onde estava Lázaro. Eu mostrei a mata por onde ele tinha ido. Eles arrombaram a porta, me acusaram de estar ajudando ele (Lázaro). Depois de passar a noite percorrendo com as buscas, por volta das 7h os policiais me deixaram na delegacia. Meu filho, nesse tempo, estava com minha mãe”, contou Luana.
A esposa e mãe da filha de Lázaro Barbosa, morto na manhã desta segunda-feira, afirmou em entrevista ao repórter Roberto Cabrini, da Record TV, que os policiais sempre quiseram matar seu marido. “Os policiais sempre foram para matar, não pra prender. Se quisessem ter o Lázaro vivo, eles teriam. Nós nos disponibilizamos a ir na mata com eles, e ele se entregaria”, comentou Elen, que disse estar em choque e arrasada com a perda. A mulher não falou nada sobre o contato com Lázaro, um dia antes da morte do Serial Killer, conforme contado pela ex-mulher de Lázaro, Luana.
O secretário afirmou, ainda, que dará continuidade às investigações, atualmente focadas no empresário que teria abrigado Lázaro. A polícia também considera que ele poderia estar atuando como jagunço ou segurança.
“Agora sai a força intensiva e fica o trabalho investigativo, até a gente ir até o último envolvido nesse crime”, declarou Rodney Miranda.
‘Foi gasto muito dinheiro público na operação policial em busca de Lázaro’, diz especialista
Professor e especialista em segurança pública, Rafael Alcadipani falou a CBN sobre os próximos passos no caso Lázaro: ‘Foi gasto muito dinheiro público com esta operação em busca do criminoso. É importante que sejam revistos os acertos e erros da execução da polícia para estudo de caso aprofundado, até para saber como agir em outras situações’. Rafael ressalta que morte não é desfecho esperado nas intervenções de segurança pública, mas que no caso de Lázaro Barbosa, serial killer comprovadamente perigoso, embate intenso já era previsto.
Custos altos e queima de arquivo
Influenciadores e políticos questionaram o ‘sucesso’ da operação, que durou 20 dias e envolveu uma ação conjunta das polícias do Distrito Federal e de Goiás, com recursos públicos dos dois territórios. “Ele estava sendo acobertado por fazendeiros e sendo investigado por cumprir ordens de assassinatos. Morreu sem falar nada, sem entregar ninguém”, escreveu o influenciador Leví Kaique Ferreira. Ele argumentou que, sem que seja revelada a identidade dos mandantes, o terror na região pode continuar. “Outros Lazaros vão continuar atuando e a mídia vai sair de cima do caso”.
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL/RJ). também se manifestou sobre o caso “Finalizadas as buscas por Lázaro, ficam as perguntas: a quem interessa a morte de uma pessoa que precisava ser investigada? Quais segredos Lázaro carregava com ele? O Estado precisa responder”, colocou a parlamentar.
O Presidente da Republica, Jair Messias Bolsonaro, também se manifestou sobre o caso e parabenizou as forças de segurança
Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou a ação da polícia goiana com uma frase “Lázaro: CPF cancelado”, escreveu.
Logo em seguida o mandatário voltou a se pronunciar pelo Twitter parabenizando os agentes envolvidos na megaoperação. “O Brasil agradece! Menos um para amedrontar as famílias de bem”, declarou.
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