Da Lei ao Crime: Ex-Policial do DF é Preso por Caça e Pesca Ilegaias em Natalândia
Operação da Polícia de Meio Ambiente apreende armas, munições, animais abatidos e mais de 30 kg de pescado irregular com três suspeitos, um deles, um militar aposentado.
O crime ambiental é silencioso, muitas vezes oculto nas vastas zonas rurais, longe dos olhos da cidade. Mas na região de Natalândia, esse silêncio foi quebrado por uma operação que revelou uma trama de caça predatória e, de forma surpreendente, colocou sob custódia um nome que um dia esteve do lado da lei. Em uma ação conjunta, a Polícia Militar de Meio Ambiente desarticulou um grupo que praticava caça e pesca ilegais, um dos quais, um policial militar da reserva do Distrito Federal.
A ação teve início após uma denúncia anônima informar aos militares sobre a prática de caça de animais silvestres com armas de fogo e pesca predatória na região conhecida como Porto do Saco. De posse das informações, as equipes do 1º Grupamento da Polícia Militar de Meio Ambiente iniciaram um rastreamento que culminou com a abordagem de três homens. O que a princípio parecia ser uma fiscalização de rotina rapidamente se transformou em uma descoberta estarrecedora.
Durante a revista, foram encontradas as primeiras evidências do crime: um tatu e uma capivara mortos a tiros, escondidos dentro de uma caixa térmica no veículo. A situação se tornou ainda mais grave quando os militares descobriram que duas das armas apreendidas — uma pistola calibre 9mm e uma espingarda calibre 12, ambas registradas — pertenciam ao policial da reserva, mas estavam sendo usadas pelos outros dois suspeitos para a caça. Ao serem confrontados, os três homens assumiram a responsabilidade.
A operação se estendeu até a residência de um dos envolvidos, onde o cenário de crime ambiental se aprofundou. No local, a equipe apreendeu um arsenal que incluía uma espingarda artesanal, diversas munições de calibres variados (.44, .40, .22, .38, .32 e .28), um arbalete/arpão e uma quantidade alarmante de 32,4 kg de pescado irregular, capturado com petrechos proibidos e com tamanho inferior ao permitido. Os três indivíduos receberam voz de prisão em flagrante e todo o material apreendido foi levado para a Delegacia de Unaí para as devidas providências.
Se quem um dia jurou proteger o cidadão se volta contra a natureza, onde realmente reside a ameaça? E o que podemos fazer para garantir que a caça e a pesca ilegais não continuem a dizimar o nosso patrimônio natural?
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