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Minas em Foco

Mulher suspeita de manter família de João Pinheiro em cárcere privado está foragida; a filha dela está presa

Lalesca Pereira dos Santos foi presa na segunda-feira, Tereza dos Santos segue foragida

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) procura por uma mulher, de 53 anos, principal suspeita de manter sob cárcere privado e abandonar duas crianças, de 6 e 9 anos, em um prédio no bairro Lagoinha, em Belo Horizonte. As vítimas foram encontradas desnutridas e sob péssimas condições de saúde, no dia 21 do último mês, quando vizinhos alertaram a polícia.

A filha da foragida, Lalesca Pereira dos Santos, de 28 anos, foi presa na última segunda-feira (20/3). Após a PCMG representar pelo mandado de prisão preventiva, deferido pela Justiça, a suspeita foi detida ao tentar solicitar alteração de documentos pessoais na Unidade de Atendimento Integrado (UAI) localizada na Praça Sete, Centro da capital. Ela foi encaminhada à Polícia Civil, que ratificou a prisão.

Conforme informou o chefe da Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad), delegado Eduardo Vieira, nesta quarta-feira (22/3), a PCMG realizou operação no bairro Imperial, zona rural de São Joaquim de Bicas, Região Metropolitana de Belo Horizonte, e na área Centro-Sul da capital para tentar cumprir o mandado contra Tereza dos Santos, de 53 anos, que até o momento não foi localizada e é considerada foragida da Justiça. “Por isso a importância dessa divulgação, para que a população possa contribuir com informações e a investigada tenha a oportunidade de se apresentar espontaneamente na presença do advogado à Polícia Civil”, pontuou Vieira.

O delegado Evandro Radaelli, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), esclareceu que durante a ação policial, planejada com informações de inteligência que davam conta do paradeiro da procurada, foram empenhados 12 policiais civis. “Percorremos áreas de matagais de difícil acesso, contando, inclusive, com drones para tentativa de visualização do alto e para executar estratégias de incursão das equipes nas regiões fechadas”, detalhou.

Investigações

O delegado Diego Lopes, também da Depca, adiantou que as investigações estão avançadas e que as duas mulheres deverão responder pelos crimes de tortura, cárcere privado, abandono de incapaz e maus-tratos. “Desde a notícia do crime, montamos uma força-tarefa, com dois delegados no caso, de modo a acelerar as investigações. Além disso, ouvimos dezenas de pessoas, incluindo as vítimas, com o cuidado de escuta especializada; e a mãe das crianças, na condição de testemunha. Hoje, conseguimos chegar a um inquérito policial bastante consolidado”, disse.

A Polícia Civil solicita aos cidadãos que tenham qualquer informação sobre o paradeiro da foragida de 53 anos a entrarem em contato pelo Disque Denúncia 181 ou procurarem a Depca, localizada na Avenida Nossa Senhora de Fátima, 2.175, bairro Carlos Prates, em Belo Horizonte.

Entenda o caso 

No dia 06 de fevereiro, Kátia Cristina, foi presa por suspeita de cometer maus tratos contra um dos filhos dela, de 4 anos. Foram os médicos de São Joaquim de Bicas, na Grande BH, que suspeitaram do quadro de saúde do menino e acionaram a polícia. 

Os médicos perceberam que o menino apresentava sinais de desidratação, estava com o pé quebrado, o olho roxo e escoriações no tórax. O menor morreu horas depois de ser atendido no hospital. 

Segundo o Conselho Tutelar de Bicas, a mãe informou, em depoimento à Polícia que, além das duas crianças que moravam em Bicas com ela e que foram resgatadas, havia outros dois filhos que não estavam em posse dela.

Kátia Cristina Alves Robes, presa por supostamente matar o filho de 4 anos espancado em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ela nega o crime.

Kátia vivia em uma chácara que pertence a Terezinha. Ela contou que chegou até o local após conhecer a mulher na rodoviária de Belo Horizonte e receber uma proposta de trabalho, que não foi concretizada.

Posteriormente, Kátia relatou que era impedida de ir embora e que os filhos eram recolhidos durante o dia e só retornavam à noite. Vizinhos contaram à reportagem que viam as crianças carregando lenha na região e que a família não tinha contato com ninguém.

A polícia fez buscas por Terezinha em São Joaquim de Bicas e em Belo Horizonte, mas ela ainda não foi encontrada. Há um mandado de prisão aberto contra ela.

Meninos estavam trancados em apartamento — Foto: Danilo Girundi / TV Globo

O apartamento em que os meninos foram encontradas em situação insalubre é de Terezinha Pereira dos Santos. O imóvel fica no bairro Lagoinha, Região Noroeste de Belo Horizonte. As vítimas estavam em situação de abandono, segundo a polícia.

Os meninos são filhos de de Kátia Cristina Alves, presa em janeiro por suspeita de maus-tratos contra o filho de 4 anos, que não resistiu aos ferimentos. O namorado dela também foi preso. Outras duas filhas de Kátia chegaram a ser resgatadas pelo Conselho Tutelar. Na época, não se sabia da existência dos dois meninos.

Kátia alega inocência e disse que a família foi mantida em cárcere privado em um sítio de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O local foi encontrado pela polícia no início do mês.

Ele tinha pouca ventilação e muitas grades, inclusive no banheiro. Atrás de uma parede, foi encontrado um possível cativeiro. A polícia suspeita que as crianças chegaram a ser mantidas lá.

O marido de Kátia, que também teria sido mantido no local, foi encontrado na cidade de João Pinheiro, no Noroeste de Minas Gerais.

Terezinha teria dito para a mulher que, enquanto ela dava à luz ao caçula, o homem teria morrido de Covid-19. A polícia disse que ele vai prestar depoimento por carta precatória.

“Estamos em contato com a delegacia da cidade de João Pinheiro para realizar a carta precatória e que o homem possa esclarecer alguns pontos que serão importantes para a investigação. Ele foi encontrado por populares e por um membro da imprensa local, esses tiveram o primeiro contato”, explica o delegado. 

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Por Jeferson Sputnik Jornalista RTP 0021471/MG

Jornalista RTP 0021471/MG Radialista Social Media Mais de 100 milhões de acessos em 2022 Assessor parlamentar Câmara dos Deputados Brasília Sangue A Positivo