Sem recursos para pagar servidores, Minas Gerais caminha para o colapso
Em meio à pandemia, governador Romeu Zema afirmou que não sabe data do pagamento porque estado não tem dinheiro
Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (15), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que não tem recursos suficientes para pagar a folha do funcionalismo e o repasse aos Poderes.
Segundo ele, os repasses para o Legislativo, o Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, a partir de agora, serão tratados da mesma forma que os pagamentos do próprio estado, que tem atrasado salários. Zema afirmou que será impossível pagar o funcionalismo e arcar com os repasses: “A lei me manda fazer as duas coisas, mas se a lei resolvesse o problema de caixa, eu ficaria satisfeito. Mesmo com todo o contingenciamento que nós fizemos, como eu disse, ainda não é suficiente”.
O governador disse que está em contato com os outros Poderes para construir uma solução, e que não haverá distinção entre os funcionários públicos: “Se é funcionário publico, na minha opinião, todos têm seus direitos assegurados. Não podemos ter funcionário público de primeira, segunda ou terceira categoria”, declarou.
Zema ainda comentou que a prioridade, no momento, é arcar com recursos para combater o coronavírus e, depois, pagar os funcionários que estão na linha de frente contra a Covid-19. “Não vamos brincar com vidas humanas. Já fizemos uma série de medidas com custo muito abaixo do mercado”, afirmou.
Ele citou que o hospital de campanha construído teve 80% do custo financiado por iniciativa privada e que foram comprados 1047 respiradores com recursos que estavam em depósito judicial na questão Vale e Samarco.
No estado, 7% dos leitos de UTI estão ocupados com pacientes com Covid-19.
O governador ressaltou, ainda, que, quanto ao pagamento dos funcionários públicos, não há previsão. “Vou ser muito claro: não sei a data porque não tenho dinheiro e não sei que dia vou conseguir esse valor para pagar. Essa é a situação do estado. Se em abril a situação era grave, em maio está mais grave ainda”, disse.
Nesta quinta-feira (14), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou por unanimidade um projeto que prevê crime de responsabilidade caso o governo estadual atrase os repasses para os Poderes.
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