Morre cadela que atuou em buscas em Brumadinho
Vênus, como era conhecida, morreu depois do parto de três filhotes; ela participou de duas ações de buscas em meio aos rejeitos da barragem da Vale
A cachorra Vênus, de 6 anos, que ajudou os bombeiros nos trabalhos de resgate às vítimas da tragédia da Vale, em Brumadinho, morreu depois de dar à luz. Ela participou de duas ações de buscas em meio à lama tóxica em Minas Gerais.
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Goiás, Vênus foi enviada à Brumadinho em fevereiro e, depois, em abril. Ainda segundo a corporação, depois da cirurgia de cesária e castração, a cadela apresentou hemorragia interna. Os veterinários tentaram reverter o quadro, mas ela não resistiu. Os três filhotes, duas fêmeas e um macho, passam bem. Vênus, que tinha 6 anos, começou a fazer buscas com apenas 11 meses.
Vênus foi certificada nacionalmente como animal referência. Em 2016 ela desvendou um assassinato, em Lagoa Santa, encontrando uma vítima enterrada em um fosso de 15 metros de profundidade. Em Brumadinho, ela atuou por dez dias, em fevereiro. Em abril, voltou a Minas Gerais para trabalhar por mais 15 dias para atuar na fase mais técnica da tragédia.
Vênus deixou duas fêmeas e um macho, que foram aceitos por Hannah, uma husky da corporação que teve oito filhotes recentemente e se tornou ama-de-leite deles. O Corpo de Bombeiros explicou que depois de dois ou seis meses, os filhotes serão avaliados e, caso não estejam aptos a participar das ocorrências, podem ser doados.
O cabo Diêgo Wanderley Vieira, cuidador de Vênus, publicou uma mensagem emocionada em suas redes sociais para falar sobre a morte da cadela. “Vênus tinha esse nome porque a doçura e a coragem que ela carregava só poderia ser comparada ao tamanho de um planeta. Viu coisas que chega dar nó na garganta e arrepiar o pensar. Mas o olhar dela, a, aquele olhar… continuava cheio de amor por quem a cercava, com o se acreditasse que a humanidade ainda tivesse jeito. Vênus deu a vida e se foi. Mas deixou seu rastro de bravura pra provar que animais são mais. Mais sagazes, mais coragem, mais ternura. São capazes de enxergar amor até onde não há. Cuidem, eles sentem tudo”, escreveu o bombeiro.
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