Polícia Civil e lojistas se unem para ampliar combate à violência contra mulher
Campanha “Sinal Vermelho”, em que a vítima pode fazer um “X” na mão e receber ajuda, se estenderá por estabelecimentos comerciais de todo o estado
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG) assinaram, na segunda-feira (29/11), um Termo de Cooperação Técnica em apoio à campanha “Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica”. Por meio da adesão de estabelecimentos comerciais, a iniciativa poderá chegar a todo o estado.
A campanha, criada em 2020, durante a pandemia, consiste em possibilitar às mulheres denunciarem casos de violência doméstica de forma silenciosa, apresentando um “X”, preferencialmente na cor vermelha, na palma da mão em estabelecimentos comerciais. A partir do sinal, o funcionário da empresa solicita os dados da vítima e os repassa para as autoridades policiais.
União de esforços
Para o chefe da Polícia Civil, delegado Joaquim Francisco Neto e Silva, a parceria agrega esforços e aumenta as possibilidades de um efetivo apoio às mulheres no estado. “Unir forças e convidar a comunidade em toda Minas Gerais para o enfrentamento da violência doméstica é possibilitar que as vítimas tenham efetivamente um caminho de denúncia e de acolhimento, além de viabilizar a responsabilização dos seus agressores”, explica.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, Frank Sinatra, ressalta a viabilidade de expansão da iniciativa. “A adesão da FCDL-MG será de grande importância para o fortalecimento da campanha ‘Sinal Vermelho’ em todo o estado, visto que a entidade representa 206 Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) em Minas Gerais, com mais de 70 mil associados”, afirma.
Até o momento, 30 CDLs mineiras já iniciaram a adesão à campanha. A meta da federação é alcançar todas as 206 câmaras. “Tenho certeza de que os comerciantes de todo o estado irão abraçar a ideia e fazer sua parte para contribuir na diminuição dessa escalada de violência”, ressalta Sinatra.
Enfrentamento
Segundo o chefe da PCMG, só em 2020, 145 mil mulheres mineiras foram vítimas de violência doméstica. Entre 2019 e 2021, foram registrados 411 feminicídios. “A Polícia Civil trabalha para diminuir esses dados alarmantes. Só neste ano, já efetuamos mais de 90 mil medidas protetivas”, ressalta.
A chefe do Departamento de Investigação, Orientação e Proteção à Família (Defam), delegada-geral Carolina Bechelany, destaca: “Vamos orientar e dar todo suporte aos lojistas que aderirem à campanha. O papel do associado é fundamental para a eficácia da ação. É importante que ele saiba que, ao auxiliar a denúncia, pode estar salvando uma vida”.
Além da campanha, a PCMG disponibiliza o aplicativo MG Mulher. As denúncias podem ser feitas nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam), na unidade policial mais próxima, ou mesmo pela Delegacia Virtual.
Denúncias em números
Ao longo de 2021, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos recebeu 46 mil denúncias de violência doméstica e familiar contra a mulher. De acordo com o recente levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma a cada quatro mulheres do país afirma ter sido vítima de ações violentas durante o período de pandemia. Em números, significa que quase 17 milhões (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual em 2020.
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