Desde janeiro, Minas Gerais perdeu 11.764 vacinas da covid-19, 9.600 estragarão durante transporte
Falha em termostato pode ter causado variação de temperatura nas 9.600 vacinas da covid-19 enviadas a Governador Valadares em aeronave
Minas Gerais perdeu quase 12 mil doses de vacina contra a Covid-19 por vandalismo, falta de energia elétrica, além de falhas em equipamentos e no transporte. O levantamento é da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Nove mil e seiscentas doses estragaram enquanto eram enviadas pelo Governo de Minas Gerais para a cidade de Governador Valadares, a 320 km de Belo Horizonte, cidade-polo no Vale do Rio Doce.
Segundo a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), uma falha no aparelho que registra a temperatura da caixa de armazenamento pode ter provocado o resfriamento das doses abaixo do ideal, durante o transporte feito por uma aeronave.
O problema ocorreu no dia 11 de maio, mas só foi revelado agora, após o R7 ter acesso à planilha de controle da pasta, via Lei de Acesso à Informação. Na data, eram distribuídas as injeções CoronaVac e AstraZeneca.
Caroline Martins Sangali, secretária de Saúde de Governador Valadares, lembra que nem chegou a receber o carregamento.
Questionado, o Governo de Minas afirmou que o problema foi pontual. “Durante a distribuição das 28 remessas pela Rede de Frio Estadual, esta foi a única que apresentou ocorrência de excursão de temperatura, o que corresponde a 0,07% de todas as doses distribuídas. Segundo o vacinômetro, até o momento, já foram enviadas mais de 12,4 milhões aos municípios mineiros”, destacou em nota assinada pela SES-MG.
Vacinas descartadas
Desde janeiro deste ano, quando o Brasil começou a imunizar a população contra a covid-19, Minas Gerais precisou substituir 11.764 doses que foram descartadas por problemas diversos. Outras 6.107 unidades ainda passam por análise.
O documento ao qual a reportagem teve acesso indica que entre as justificativas apresentadas pelas prefeituras para pedir a troca de medicamento, constam: doses deixadas dentro das caixas térmicas, problemas com o refrigerador, vacinas deixadas em cima do balcão, equipamento com a porta aberta, tomada mal conectada, vandalismo, falta de energia e furto de cabos elétricos.
As perdas de imunizantes foram confirmadas, até o momento, em 15 cidades mineiras. Entre elas, Betim, Igarapé e Presidente Olegário.
Veja a quantidade de vacinas substituídas por cidade, em Minas:
1 – Belo Horizonte: 115
2 – Betim: 120
3- Carmópolis de Minas: 53
4 – Cristália: 69
5 – Cuparaque: 10
6 – Dom Joaquim: 10
7 – Elói Mendes: 10
8 – Governador Valadares: 9.600
9 – Igapé: 269
10 – Itanhandu: 70
11 – Janaúba: 11
12 – Presidente Olegário: 1.037
13 – Santa Cruz de Salinas: 20
14 – São Brás do Suaçui: 110
15 – São Sebastião do Anta: 260
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