Maternidade oferece acolhimento emocional para funcionários
Implantado no início deste ano, espaço tem objetivo de ouvir e amparar profissionais da unidade de Saúde
A Maternidade Odete Valadares (MOV) investe na escuta qualificada como estratégia de acolhimento em meio ao momento atual de pandemia, permeado por angústias, incertezas e dor. Com objetivo de contribuir com a resolução de demandas emocionais dos trabalhadores da unidade, a servidora Rosane Guimarães Soares, que tem formação em Psicologia, implantou na unidade, no início deste ano, o Espaço Escutar.
A iniciativa surgiu a partir da observação, no dia a dia, da necessidade de escuta das insatisfações dos colegas. “Já havia realizado essa proposta com uma equipe, por solicitação da chefia, e o resultado foi bastante positivo. No entanto, é necessário que seja um trabalho contínuo. Daí veio a ideia de criar o espaço e estender o atendimento a todos da maternidade. O objetivo é, primeiramente, trazer alivio ao que está gerando esse desconforto à pessoa e depois auxiliá-la na busca por solução”, afirma a servidora.
De acordo com Rosane, a ideia é compreender como a pessoa vive o trabalho, seus desejos e conflitos, a fim de contribuir com possíveis transformações. “Quem aqui comparece recebe uma escuta atenciosa como ferramenta de ajuda à sua demanda. Em seguida, me prontifico, de imediato, a trazer uma resposta para tranquilizar e depois faço o registro da demanda. No geral, as pessoas sempre saem daqui muito agradecidas pela atenção”, explica.
Acolhimento diferenciado
O espaço fica na Ouvidoria da maternidade, mas tem uma função diferente, já que o propósito é o acolhimento emocional do trabalhador, de forma que possa falar de suas angústias e inseguranças, com total sigilo e segurança.
“As pessoas têm buscado o espaço para falar de suas insatisfações e também chegam por conta de atendimentos feitos na própria Ouvidoria. Tenho recebido demandas individuais dos servidores e das coordenações. O atendimento pode ser agendado, mas há também procura espontânea. Devido à pandemia, ainda não estamos realizando reuniões em grupos, mas é uma intenção para o futuro”, explica Rosane.
Para Rosane, o momento pandêmico tem aflorado ainda mais tensões e angústias entre os profissionais. “As pessoas estão mais entristecidas, ansiosas, preocupadas e, como consequência, as relações ficam comprometidas. Nesse contexto, qualquer atitude tem potencial de gerar grande insatisfação e, por isso, os conflitos precisam ser mediados o quanto antes”, esclarece.
A servidora ressalta que falar sobre o problema é o primeiro passo para sua resolução. “A fala ajuda a entender o que se sente e é primordial para a construção de uma solução. Muita gente já começa a se sentir melhor só de vir aqui e desabafar. Acredito que a iniciativa terá um efeito multiplicador, pois a possibilidade de fala e escuta dos sentimentos gera bem-estar e satisfação”, conclui.
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