Ciganas são presas após arrastão enganando idosos em Garapuava, Formoso e Buritis
Membros de uma quadrilha de ciganos foram presos em Unaí por aplicarem golpes em pessoas de Formoso e Buritis.
A quadrilha que age em pequenas cidades e distritos agiu novamente, e dessa vez as vítimas foram no Noroeste Mineiro. A prisão das autoras e de um homem, aconteceu na última quarta-feira (24/2).
Duas mulheres, que aplicavam os golpes em idosos, e um homem, que dirigia o veículo no qual se deslocavam, foram presos em Unaí (MG) após terem se apossado de joias, dinheiro e celulares de vítimas no distrito de Garapuava, em Unaí, Buritis e Formoso.
Após a prisão foi encontrado com os membros da quadrilha, uma grande quantidade de produtos maior até o que já foi reclamado pelas vítimas.
A polícia acredita que possa haver mais pessoas lesadas inclusive no estado da Bahia, onde supostamente os envolvidos residem, ou em Goiás.
O golpe aplicado pela quadrilha era espiritual. Favorecendo-se da menor atenção que moradores do interior têm com segurança, os três circulavam pelas ruas, identificavam potenciais vítimas, sempre idosos, e se aproximavam dizendo que estavam em uma missão divina. Depois de ganhar atenção, eles inventavam, então, que a pessoa havia sido amaldiçoada de alguma forma e que elas haviam sido enviadas por entidades do bem para salvá-la.
O “tratamento espiritual” consistia em uma espécie de bênção em objetos de valor, como alianças, correntes, celulares e dinheiro vivo. Com os pertences em seu poder, as golpistas despistavam as vítimas e escapavam.
Quem entrava em cena eram as duas mulheres, identificadas pela PM de Minas como Paulina Francisca de Jesus, de 58 anos, e Maria Santos Alves, de 37 anos. O homem ficava no carro esperando para uma fuga rápida.
O roteiro variava dependendo da resistência das vítimas. Segundo o delegado Eduardo Dantas, plantonista da Delegacia Regional de Unaí, se a pessoa desconfiasse, uma das mulheres pedia para ir ao banheiro e furtava da casa o que pudesse pelo caminho, enquanto a outra conversava com a vítima. Se a pessoa desse abertura, era amedrontada com truques, como uma folha de papel onde apareciam caixões quando se jogava água.
O primeiro golpe foi registrado na manhã de quarta em Formoso, cidade de 11 mil habitantes na divisa entre Minas, Goiás e Bahia. De um casal de idosos, as golpistas levaram dinheiro, alianças e outras joias. Pouco mais de uma hora depois, o trio já estava em Buritis, cidade de 23 mil habitantes 120 km adiante, onde mais três golpes foram realizados, um deles com violência. “A pessoa não quis entregar as coisas e elas empregaram um pouco de violência, ameaçaram e tomaram o bem da vítima”, conta o delegado.
A essa altura, a PM mineira já havia sido avisada e estava atrás dos criminosos. Pelo rádio e pelas redes sociais, os policiais souberam que a quadrilha havia deixado Buritis e aplicado o golpe, mais uma vez, no vilarejo de Garapuava, onde vivem apenas 400 pessoas. Dali, a próxima parada seguindo a rodovia MG-628 seria Unaí. Barreiras foram montadas na estrada estadual, e o Astra com placas de Correntina (BA) em que os três viajavam foi interceptado.
Presos, os golpistas negaram os crimes segundo o delegado. “Elas dizem que são ciganas e que leem a mão das pessoas, que é isso que elas oferecem. E que pedem apenas R$ 10, mas tem gente que dá mais”, contou o investigador. “Mas a gente sabe que não foi isso o que ocorreu. Eles foram autuados por três crimes, furto, um roubo, que foi o que teve violência, e estelionato, porque era um golpe que era aplicado nas pessoas, sempre pessoas idosas, com menos condição de reagir”, completou Eduardo Dantas.
Os três estão presos em Unaí e o delegado acredita que a divulgação do caso pode levar mais vítimas a procurarem a polícia. Se você, leitor, tiver informações sobre o caso, o telefone da delegacia em Unaí é (38) 3677-9000.
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