Sputnik Voz do Povo e Rede de Supermercados Líder encontra família vivendo em situação de miséria em João Pinheiro
Família extremamente pobre: vivendo quase dentro do córrego extrema local que se iguala ao esgoto
O ano de 2020 foi marcado por outras ondas para além da onda de contaminação do Covid, temos a fome que chegou devastadora a várias famílias como nunca antes na história recente e, no entanto, não é noticiado como deveria ser.
“…ficamos assombrados diante das consequências das nossas condições sociais, aqui apresentadas sem véus, e permanecemos espantados com o fato de este mundo enlouquecido ainda continuar funcionando.”
(Friedrich Engels – A situação da classe trabalhadora na Inglaterra)
Em um passado tão presente, numa terra circunjacente, jornadas exaustivas, condições precárias de trabalho, habitações inadequadas, alimentação insuficiente e uma ameaça constante a saúde, tomam o contorno da vida cotidiana. Poderia ser apenas uma citação da célebre obra A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, de Friedrich Engels, publicada originalmente em 1845, que narra em que condições se dava o processo de industrialização e urbanização na sociedade capitalista. Porém, estamos apenas resumindo a realidade brasileira em 2020.
O escândalo da desigualdade social acontece debaixo do nosso nariz, é ficamos chocados quando temos a oportunidade de identificá-lo.
Chegamos ao fim de 2020, e em uma data onde a desigualdade social, se torna vitrine devido a força da data e seu poder de comover.
Uma data que é para muitas famílias motivo de alegria, para outras é quando a tristeza bate com mais força.
Em João Pinheiro, encontramos a realidade de uma família que vem lutando para sobreviver, em condições desumana, acampados a beira do córrego Extrema, em uma localização de chácaras de eventos, próximo ao bairro (Divinópolis), a família composta pela senhora Maria Odiene, o Esposo Orestino Rodrigues (Tuti) e a linda filha Gabriele de 04 anos, vivem em extrema pobreza, sobrevivendo debaixo de um barraco de Lona, privados de direitos básico, e até mesmo do descanso em uma cama.
A família chegou a viver o sonho de construir uma casa no local onde estão acampados, onde anteriormente teriam sido contemplados com um pedaço de terra para construir sua moradia.
Campanhas para adquiri material de construção e mão de obra foram feitas por pessoas que ficaram comovidas e conheciam a realidade daquela família.
No entanto o sonho foi destruído quando foram informados que precisavam sair do local, onde de acordo com a família, o proprietário da terra voltou atrás na doação.
Nossa equipe de reportagem esteve no local, é identificamos vários problemas que colocam a família em extremo risco, devido as condições precárias, até para necessidades básicas.
O local não conta com energia elétrica, vivem cercados pelo cerrado, isolados, vivendo em companhia a cavalos que pastam por ali.
O Sputnik Voz do Povo, clama a todos que possamos nós unir para agir de socorro para aquela família.
Durante a reportagem foi entregue vários alimentos pela Rede de Supermercados Líder, para proporcionar aquela família um Natal, com uma alimentação completa, e com isso renovar a esperança de mudança.
A família, não tem para onde ir, não tem mobília, e conta nesse momento somente com a compaixão de todos para que de alguma forma os ajude.
Entre em contato com a família pelo Tel. (38) 9.9850-3794 (Diene) (38) 9.9744-8278 (Tuti).
Em um ano que nos desafiou de uma forma nunca imaginada, busco no passado referências e algum consolo e inspiração na arte; recolho os cacos e assim pinto um quadro em minha cabeça. Vejo “pequenas” solidariedades que rasgam a história, que juntas formam uma colcha de retalhos; soltas até tinham sua beleza, mas pareciam perdidas. E assim, sujeitos coletivos, indagadores incansáveis das realidades, tramamos um mundo melhor e ousamos vivê-lo em paralelo. Brecht já dizia que “as novas eras não começam de uma vez”, afinal o presente guarda o embrião do futuro.
O Sputnik Voz do Povo em Parceria com a Rede de Supermercados Líder distribuiu varias cestas básicas as famílias carentes, na esperança de estar levando alegria a cada família.
O Número de pessoas vivendo no Brasil abaixo da linha de extrema pobreza bate recorde e já equivale ao total da população de países como Grécia e Portugal
Segundo dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 21,6% (45,2 milhões) da população brasileira reside em domicílios com pelo menos alguma inadequação domiciliar: ausência de banheiro de uso exclusivo, paredes construídas com material não durável, adensamento excessivo, ônus excessivo com aluguel e/ou ausência de documento que comprove a propriedade. Se considerarmos a população com rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 5,50 dólares por dia (PPC – critério para linha da pobreza monetária para países de renda média alta, como o Brasil, segundo o Banco Mundial), esse percentual sobe para 43,2%.
Destes 45,2 milhões de brasileiros e brasileiras, 13,5 milhões são de raça/cor branca e 31,3 milhões preta ou parda. As inadequações domiciliares registraram proporções maiores para as cinco inadequações nos arranjos formados por mulheres sem cônjuge e com filho de até 14 anos, em comparação com os outros três tipos (unipessoal, casal sem filho, casal com filho/s).
O acesso aos serviços de saneamento básico (abastecimento de água por rede geral, esgotamento sanitário por rede coletora e coleta domiciliar direta ou indireta de lixo) também se revela fortemente relacionado à pobreza. No conjunto da população, 90,6% residia, em 2019, em domicílios com coleta direta ou indireta de lixo, 84,7% em domicílios com abastecimento de água pela rede geral e 65,8% em domicílios com esgotamento pela rede coletora ou pluvial.
No recorte de pessoas com rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 5,50 dólares PPC por dia, os resultados caem para 78,9% em domicílios com coleta de lixo, 73,5% com abastecimento pela rede geral e 44,8% com esgotamento por rede coletora ou pluvial. A combinação entre ausência dos serviços públicos de saneamento e a situação de pobreza monetária pode significar maior vulnerabilidade, na medida em que a adoção de soluções individuais (poços artesianos, aquisição de água mineral e fossas sépticas) costuma envolver dispêndio financeiro.
A população negra tem maior presença nas periferias, marca do racismo estrutural, tendo condições socioeconômicas e de saúde mais precárias, o que leva eles junto a mulheres e pobres a serem os mais afetados pela covid-19, ainda segundo o IBGE. Para além da doença, o genocídio da população negra pelo Estado brasileiro não arrefeceu, assim como a violência contra as mulheres que muitas vezes se veem confinadas junto a seu agressor.
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