fbpx
Últimas notícias

Cães explorados em rinha eram assados para consumo em Mairiporã (SP)

Os cachorros explorados em uma rinha na cidade de Mairiporã (SP) não só eram forçados a brigar, o que os deixava bastante machucados, como também eram assados.

O delegado Matheus Laiola contou que os pit bulls estavam brigando em uma arena improvisada quando a polícia chegou ao local.

“Encontramos um cenário de duelo, cachorro brigando, cachorro já morto, outros machucados, inclusive animal assado. Eles comiam e davam para outros animais comerem”, explicou ao portal R7.

Os cães foram entregues para ONGs de proteção animal. “Pelas imagens, dá para ver que eles são extremamente dóceis com humanos. A gente chegava perto, eles ficavam com os rabinhos abanando, mesmo bastante machucados. Mas se colocar esses cachorros perto de outros animais, eles se matam”, concluiu o delegado.

“Ano passado a disputa foi na República Dominicana, esse ano no Brasil e ano que vem provavelmente seria em outro país. Eles eram extremamente organizados. Na camiseta do evento tinha a pesagem de cada animal. As apostas, além de físicas, também eram feitas pela internet, em grupos fechados do mundo inteiro”, explicou.

Na rinha, denominada Circuito Internacional 4 x 4, havia premiação com troféu e dinheiro, apostas online e separação de categorias entre machos e fêmeas. No evento realizado em outubro na República Dominicana, um cachorro do Paraná venceu as brigas. As informações são do portal Tribuna PR.

“Temos informação de que queriam comprar este animal por R$ 50 mil, mas o criador não vendeu”, afirmou o delegado. Os cães podem ser vendidos, segundo o delegado, por até R$ 200 mil.

Os cães eram criados por um homem do bairro Capão da Imbuia, em Curitiba (PR), e treinados em São José dos Pinhais (PR). Os filhotes eram selecionados geneticamente e, ao serem preparados para as lutas, eram forçados a fazer esteira, natação, além de consumirem suplementos alimentares e anabolizantes. Antes das brigas, eles ficam sem água e comida, para se manterem estressados e, consequentemente, mais agressivos com outros cães, por conta da fome e da sede.

“Era uma cena de terror. Tinha cachorro morto, cachorro machucado, cachorro que era morto e assado para eles comerem”, afirmou Layola. A carne era usada para instigar os cães e para consumo do próprio público da rinha.

“Parecia um ritual macabro. A médica veterinária que nos acompanhou foi quem disse que a carne assada era de cachorro. A gente inicialmente não acreditou”, completou.

O crime foi descoberto após a Polícia Civil do Paraná começar a investigar o criador e o treinador dos cães. Em seguida, os policiais paranaenses pediram ajuda à polícia de São Paulo. Cerca de 100 policiais participaram da operação que desarticulou a rinha em Mairiporã.

Foram presas 35 pessoas no local e outras cinco, que tinham fugido, foram detidas em seguida. Eles irão responder por associação criminosa, maus-tratos a animais com agravante de morte e prática de jogo de azar.

Três ONGs de proteção animal – “Instituto Luisa Mell”, “Encontrei um Amigo” e “Pits Ales” – resgataram os 19 pit bulls que estavam no local. A polícia prendeu 41 pessoas, entre elas um médico, um policial militar e um veterinário, que teve o nome revelado pelo CRMV.

Medicamentos também foram apreendidos. De acordo com o delegado Jan Plzak, havia “estimulantes, mas tinham outros remédios que eram usados nos animais já feridos. Não porque eram bonzinhos, mas para reabilitá-los para a próxima luta”.

Alguns cachorros possuem escoriações pelo corpo e cinco estão em estado grave, segundo a médica veterinária Marina Passadore. Um deles corre risco de morrer. “Encontraram testosterona que aplicavam nos machos para estimular e aumentar a agressividade. Eles são muito bonzinhos com seres humanos, não morderam ninguém, todo mundo pegou no colo. Mas não deu para colocar um perto do outro que eles se pegam como se fosse a rinha”, contou a veterinária.

Os cães serão submetidos a exames e após serem castrados serão avaliados para que seja analisada a possibilidade de serem disponibilizados para adoção.

As pessoas que foram presas por envolvimento na rinha irão responder pelos crimes de maus-tratos a animais, associação criminosa e prática de jogo de azar. As penas podem passar de cinco anos de detenção.

(confira nota oficial da instituição clicando aqui).

Comentários

Por Jeferson Sputnik Jornalista RTP 0021471/MG

Jornalista RTP 0021471/MG Radialista Social Media Mais de 100 milhões de acessos em 2022 Assessor parlamentar Câmara dos Deputados Brasília Sangue A Positivo