Assassinato dentro do Senado Federal ( Sessão Sangrenta)
Senado já teve assassinato em plenário (o culpado saiu impune!)
Sim, você leu certo… Arnon Afonso de Farias Melo – pai do ex-presidente Fernando Collor de Mello – assassinou um homem dentro do Senado Federal e saiu impune! Vamos conhecer mais sobre essa história.
4 de Dezembro 1963
Ao contrário de que muitos sabem e até mesmo alguns políticos tem conhecimento, o parlamento brasileiro já foi palco de violência sangrenta, esse caso aconteceu em 4 de dezembro de 1963, onde o senador Arnon de Melo do antigo (PDC) de Alagoas, pai do então senador Fernando Collor do (PTB) de Alagoas, entrou no parlamento e atirou contra Silvestre Péricles do PTB de Alagoas, em seguida um segundo disparo que acertou o abdômen do senador José kairala, do PSD do Acre, que morreria horas depois no hospital da capital federal, com o intestino e a veia ilíaca transpassados pelo disparo.
Toda essa ação criminosa foi causada por uma acirrada rixa regional, Péricles, que andava armado, prometeu matar Arno, que pôs um Smith Welson 38 na cintura e marcou o discurso para desafiá-lo. Péricles, conversava com o senador Arthur Virgílio filho (PTB), do Amazonas pai do líder do (PSB), Arthur Virgílio Neto. Arno de Melo, provocou Péricles e partiu para cima dele gritando “crápula!”. Arno, não deixou o rival se aproximar; sacou o revólver, mas antes que a tirasse, Péricles, mais rápido, apesar de ter 67 anos na época, jogou-se ao chão enquanto sacava sua arma, o senador José Agripino do antigo (ND), da Paraíba, tio do líder do democrata no senado, José Agripino, do Rio grande do norte, atracou-se com Péricles, para tirar-lhe a arma, Kairala, tentou ajudar mas foi atingido pelo segundo disparo da arma de Arnon de Melo. Na ocasião os dois contendores foram presos: em dias, o senado deu licença para que fosse processado. Ambos acabaram absorvidos.
Kairala, de 39 anos, tinha três filhos entre 2 e 6 anos de idade, deixou uma mulher grávida, era um suplente assumiu a 6 meses antes e devolveria o mandato ao titular José Guiomard, no dia seguinte. No senado teve tempo de fazer 13 discursos e apresentar dois projetos, levava a mesma inicial carismática de JK, consagrada por seu colega de bancada Juscelino Kubitschek.
Então é isso mesmo que você leu, houve um assassinato dentro do nosso Senado Federal em frente a inúmeras testemunhas e autoridades! Entretanto, o mandato de Arnon de Melo não foi cassado e ele também não teve qualquer punição imposta pela Mesa. Após o tiroteio, os dois senadores foram presos, mas ficaram pouquíssimo tempo na cadeia antes de serem INOCENTADOS pelo Tribunal do Júri de Brasília. Já imaginou uma coisa dessas?
Depois do que aconteceu a família de José Kairala voltou ao Acre e depois, foi para Minas Gerais até decidir se fixar no Distrito Federal em 1977 onde sua viúva trabalhou como lavadeira e babá. Ele tinha 39 anos quando foi morto, ela filiado ao partido PSD, porém antes disso atuava como comerciante. Ou seja, a história da política brasileira não é apenas feia e corrupta como também é sangrenta…
Quem é Arnon de Melo?
Arnon de Melo foi um jornalista, político, advogado e empresário brasileiro, ele é pai do ex-presidente Fernando Collor de Melo e também de Pedro Collor de Mello. Nascido em Rio Largo no dia 19 de setembro de 1911, faleceu em Maceió em 29 de setembro de 1983. Arnon de Melo viveu em Maceió até 1930 quando decidiu ir para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar como jornalista em ‘A Vanguarda’, um jornal que fala sobre a Revolução de 30.
Ele se formou advogado na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) já em 1933. Ele trabalhou no Diário de Notícias e também nos Diários Associados antes mesmo de se graduar. Depois da graduação trabalhou na Associação Comercial do Rio de Janeiro e também no Diário Carioca e em O Jornal. Depois, em 1936 assumiu a direção da Gazeta de Alagoas além de ser membro do conselho diretor da Associação Brasileira de Imprensa.
Sua carreira política começou com o fim do Estado Novo quando ingressou na UDN e foi eleito suplente de deputado federal em 1945, na sequência exercendo o mandato mediante convocação. Ele também foi eleito simultaneamente deputado federal e governador de Alagoas em 1950, quando optou pelo último cargo e o exerceu por 5 anos.
Depois, retornou para a vida política pelo PDC e foi eleito senador em 1962 e ingressou na ARENA depois do bipartidarismo decretado pelo Regime Militar de 1964. Reeleito pelo voto direto em 1970, continuou seu mandato como senador biônico em 1978 e quando faleceu, estava filiado ao PDS.
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