O Perigo na Janela ao Lado: PCMG Prende Homem por Perseguir e Expor Atos Sexuais para Criança em BH
Investigação da Delegacia Especializada comprova que suspeito utilizava prédio vizinho para cometer abusos reiterados; crime de satisfação de lascívia choca moradores do bairro Copacabana.
Onde termina o direito à privacidade e começa o pesadelo da vizinhança? Para uma mãe no bairro Copacabana, região Nordeste de Belo Horizonte, a janela de casa deixou de ser uma fonte de luz para se tornar um portal de medo. Na manhã desta segunda-feira (15/12), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) colocou um ponto final em uma investigação que se arrastava desde 2023, prendendo um homem de 33 anos acusado de usar a proximidade entre prédios para importunar sexualmente uma criança de apenas 12 anos.
A denúncia, registrada pela mãe da vítima, detalha uma rotina perturbadora: o suspeito, posicionado estrategicamente na janela de seu próprio apartamento, monitorava os movimentos da menina. Sempre que a via, ele passava a se exibir de forma reiterada, praticando atos de cunho sexual e expondo suas partes íntimas. O objetivo, segundo a polícia, era claro e perverso: garantir que a menor o visualizasse para satisfazer seus próprios desejos.
A operação, conduzida pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), revelou que não se tratava de atos isolados, mas de uma conduta calculada para seduzir e constranger a vítima sob a falsa segurança de estar dentro de sua propriedade.
“A apuração policial reuniu elementos que comprovaram a gravidade da conduta e a necessidade da prisão preventiva… o suspeito objetivava seduzir a vítima.” — Destacou o delegado Diego Lopes, reforçando que a liberdade do homem representava um risco contínuo à integridade da menor.
Com a prisão preventiva deferida pelo Poder Judiciário e executada ontem, o inquérito caminha para sua conclusão com indiciamentos pesados. O homem responderá pelos crimes de importunação sexual e satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente, ambos previstos no Código Penal Brasileiro.
O caso levanta um alerta urgente para famílias que vivem em condomínios e áreas urbanas densas: o agressor nem sempre é alguém que invade o domicílio; às vezes, ele está a poucos metros de distância, observando em silêncio por trás de uma vidraça. O trabalho da Depca neste episódio reforça que a tecnologia e o monitoramento — aliados à coragem de denunciar — são as ferramentas mais potentes para proteger a infância.
A prisão deste suspeito traz um alívio momentâneo para uma família traumatizada, mas a cicatriz do assédio doméstico permanece.

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