Resgate Heroico em Unaí: Polícia e ONG Salvam Cavalo Deficiente de Maus-Tratos na Vizinhança da BR
Com apoio da comunidade, Polícia de Meio Ambiente resgata animal em situação de abandono e responsabiliza autor de 52 anos por maus-tratos e omissão de cautela na guarda.
A rotina da Avenida Governador Valadares, em Unaí, foi interrompida nessa ultima segunda-feira (25 de novembro), mas o motivo não era o trânsito: era um chamado urgente em defesa da vida. A Polícia Militar de Meio Ambiente (2° Pel MAmb / 1° GP) recebeu uma denúncia anônima que culminou no resgate de um cavalo com deficiência mantido em situação de abandono e graves maus-tratos no Bairro Mamoeiro. A cena era dolorosa: o animal estava solto perigosamente próximo à rodovia MG-188, apresentando sinais visíveis de negligência e falta de cuidados básicos.
A ação, que mobilizou a VP 36634 com os 3° Sgt Araújo e 3° Sgt Braytner, confirmou o pior. O estado do cavalo era crítico, caracterizando o crime de maus-tratos. Além da situação de abandono, o perigo de o animal causar um acidente na rodovia também se tornou um agravante legal.
O caso ilustra a dupla responsabilidade que recai sobre o tutor:
- Crime Ambiental (Maus-Tratos): A conduta de manter o cavalo em abandono e sem cuidados básicos configura o crime de maus-tratos, conforme o Artigo 32 da Lei Federal n.º 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais). Este dispositivo prevê severas punições para quem praticar abuso, ferir ou mutilar animais.
- Infração de Ordem Pública (Omissão de Cautela): Os militares também verificaram a omissão de cautela na guarda do animal, prevista no Artigo 31 da Lei de Contravenções Penais (LCP). Esta infração determina que o tutor é responsabilizado por “deixar de guardar com a devida cautela animal perigoso, ou que possa causar dano”, responsabilizando-o pela falta de supervisão e condições adequadas de manutenção.
Com o apoio crucial da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que auxiliou no manejo e transporte, o cavalo foi retirado da situação de risco. Seu destino agora é a ONG APUPA, onde receberá imediatamente acompanhamento veterinário, alimentação adequada e todos os cuidados necessários para sua recuperação e bem-estar.
O proprietário do animal, um homem de 52 anos, não foi encontrado em seu endereço no momento do resgate. Contudo, informações levantadas junto à comunidade foram essenciais para a identificação do responsável. Ele será devidamente responsabilizado penal e administrativamente pelas condutas, garantindo que o descaso não fique impune.
O episódio serve como um lembrete contundente: a proteção animal não é apenas uma obrigação moral, mas uma exigência legal.
O resgate bem-sucedido deste cavalo deficiente em Unaí é um testemunho direto da eficácia da colaboração entre o poder público e a sociedade civil. Sem a denúncia anônima, o animal continuaria sofrendo, correndo risco de vida e expondo terceiros a acidentes na rodovia.
A história deste cavalo que ganhou uma segunda chance sob os cuidados da APUPA nos convida a refletir: Qual é o nosso papel na fiscalização e na proteção dos animais em nossa comunidade? O combate aos maus-tratos passa necessariamente por cada cidadão que se recusa a ignorar o sofrimento silencioso. Denunciar é o primeiro e mais vital passo para transformar a indignidade em esperança.

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