Cabeça d’água provoca mortes no primeiro dia de 2020 em Guapé, no Sul de Minas
Fenômeno aconteceu no Parque do Paredão que fica a cerca de 15 quilômetros do Centro de Guapé. Testemunhas que estavam na região dizem que pessoas foram arrastadas pela água
Depois de informações desencontradas, a Defesa Civil confirmou a morte de três pessoas no complexo de cachoeiras do Parque Ecológico do Paredão, em Guapé, no Sul de Minas, após uma cabeça d’água atingir a região nesta quarta-feira (01). Todas as vítimas são da mesma família. O número de cinco mortos foi corrigido e as autoridades explicaram que o erro foi devido ao local ser de difícil acesso e sem sinal de celular. Não há mais nenhum desaparecido.
As vítimas estavam passando dias de descanso no local. Foram identificadas como Dafhine Carvalho Magalhães Couto, de 17 anos, Áurea Carvalho Magalhães Couto, de 39 anos, e Emerson Luis de Magalhaes Couto, de 45 anos.
O helicóptero Arcanjo dos bombeiros foi acionado. Equipes de resgate foram à cidade e os bombeiros confirmaram que pessoas ficaram ilhadas após o fenômeno. Testemunhas que estavam no parque dizem que as pessoas foram arrastadas pela água. O coordenador estadual da Defesa Civil, tenente-coronel Flávio Godinho, foi a Guapé para averiguar a situação. Militares do Corpo de Bombeiros de Varginha, Passos e Boa Esperança também foram acionados para ajudar nas buscas. O Parque Ecológico do Paredão fica a cerca de 15 quilômetros do Centro de Guapé.
Pânico no local
A comerciante Naide Conceição Pereira, 40 anos, estava no Parque Ecológico do Paredão quando ocorreu a cabeça d’água. De acordo com ela, as pessoas ficaram desesperadas. “Eu estava sentada na pedra e as minhas filhas vieram me pedir para ir para outra cachoeira, mas eu disse que não, que já estava tarde. Nesse momento alguém gritou ‘tromba d’água’, foi quando eu vi aquele ‘mundo’ de água descendo da cachoeira. Comecei a pegar as coisas e vi aquela confusão de gente saindo”, disse. Ainda segundo a comerciante, muitos pararam para filmar a chegada da água, o que atrasou a saída. “As pessoas começaram a sair por uma trilha de pedra que é pequena, mas quem passou primeiro ficou parado para filmar e não abria caminho para as demais saírem. Eu comecei a gritar e pedir para que todos fossem rápidos. Em questão de cinco a 10 segundos já estava tudo tomado, você não via uma única pedra, e com muito custo a gente conseguiu sair de lá”, completou.
Cabeça d’água
A cabeça d’água é o aumento repentino do nível de um rio corrente ou cheio, devido a chuvas nas cabeceiras ou em trechos mais altos de seu percurso. O fenômeno ocorre quando uma chuva de grande intensidade projeta-se sobre uma bacia de drenagem e nela existam condições favoráveis ao rápido escoamento superficial, fazendo com que as águas se concentrem em pouco tempo nos canais fluviais. Os declives elevados nas paredes dos vales adjacentes aos canais fluviais podem ser considerados como os principais responsáveis pelo escoamento rápido das águas.
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