Queda de meteoro em Patos não pôs população em risco, diz astrônomo
Fabuloso meteoro cruzou o céu de MG, SP e GO na noite da útlima sexta-feira (14). Especialista de Brasília afirmou que risco de o fenômeno espacial interromper abastecimento de energia elétrica também é pequeno
A queda de um meteoro na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, na noite de sexta-feira (14), não ofereceu perigo para a população local nem pôs em risco o abastecimento de energia nas proximidades, afirmou o astrônomo Adriano Leonês, de Brasília. O fenômeno foi visto pouco antes das 21h cruzando os céus de várias cidades mineiras e supostatamentesegundos depois caido em Patos de Minas.
“Não existe relato de que algum ser humano tenha morrido por ter sido atingido. Já aconteceu na história tal fato, mas não vitimou a pessoa. É menos difícil ganhar na loteria”, declarou Leonês, que também citou a frase do astrônomo americano Michael Reynolds, de que há mais probabilidade de ser afetado por um tornado, um raio e um furacão, todos ao mesmo tempo, do que por um meteoro.
Moradores dos municípios mineiros disseram que o clarão nas ruas foi intenso e que um forte estrondo foi ouvido. O atrito pela entrada de um meteoro na atmosfera terrestre causa o surgimento de luz, dizem os especialistas. O barulho que se ouve é resultado do deslocamento de ar durante a trajetória.
Leonês diz que é improvável que a queda do fenômeno espacial pudesse deixar os moradores da região sem luz, a menos que tivesse ocorrido perto de alguma estação de energia, com o estrondo podendo danificar as linhas de transmissão.
“E eu não creio que ocorra, porque temos trovoadas ocorrendo constantemente em época de chuva, então é mais difícil ainda. O estrondo é como o trovão, vibração sonora causada por uma descarga repentina de alta energia. As redes elétricas são desenvolvidas para ser capazes de resistir a essas vibrações”, afirmou.
Apesar do baixo risco de prejuízo às pessoas com a queda de um meteoro, o físico, astrônomo e professor da UnB (Universidade de Brasília) Paulo Eduardo de Brito afirma que há uma possibilidade pequena de um “estrago bem grande” se um grande fenômeno do tipo, ou pedaço de cometa, se chocar de forma frontal com a Terra. “Eu me lembro de um grande pedaço de cometa que se chocou com Júpiter em 1996, e puderam ser em parte fotografados seus efeitos em todo Júpiter. Se um evento daqueles tivesse acontecido na Terra, não estaríamos aqui conversando.”
Brito informou que caem na Terra cerca de quatro toneladas de matéria vinda do espaço todos os dias. A grande maioria cai no oceano, e são partículas pequenas. “Grande parte dos meteoros que entram na atmosfera (chamados de estrelas cadentes) queima com o atrito com a própria atmosfera. Por isso ‘acendem’, pois estão queimando literalmente.”
Segundo especialistas da Bramon (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), entidade que produz e fornece dados científicos sobre esses fenômenos, o brilho do meteoro ocorreu próximo de 62 km de altitude, e a explosão, a uma altura de 40 km de altitude.
Meteoro ou meteorito?
A palavra “meteoro” tem origem grega e significa “do alto” ou “do espaço”. As equipes da Bramon trabalham para saber onde o objeto caiu, o meteorito, rocha que caiu no solo.
“Em resumo, ‘meteoro’ é o mesmo que estrela cadente, qualquer risco luminoso que cruza o espaço. ‘Meteorito’ é a rocha espacial derivada do aparecimento do meteoro. Se a rocha não se desintegra por completo no espaço, então temos um meteorito. As pessoas viram o meteoro por meio das câmeras, e estão tentando saber onde estão os fragmentos desse meteoro, os meteoritos”, disse o astrônomo Adriano Leonês.
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