Escândalo em Uberlândia: Vereador “Edinho do Combate ao Câncer” é Denunciado por Desviar R$ 78 Mil de Verba para Pacientes
Uma bomba caiu sobre a Câmara Municipal de Uberlândia. O vereador Edson Carvalho Ferreira, conhecido como “Edinho do Combate ao Câncer”, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) sob graves acusações: apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, entre outros crimes. O motivo? O político é suspeito de ter desviado mais de R$ 78 mil de uma associação de assistência a pacientes oncológicos, da qual era presidente.
Da Ajuda ao Abuso: Uma Rede de Fraude e Dinheiro Falso
O escândalo envolve uma verba pública de R$ 120 mil repassada por meio de emenda parlamentar impositiva. O dinheiro, que tinha como destino a compra de equipamentos vitais — cadeiras de rodas, camas hospitalares e andadores —, teria sido, segundo o MPMG, desviado em um esquema fraudulento com a empresa RC Saúde Hospitalar MG Ltda.
A investigação aponta que foram emitidas cinco notas fiscais para simular a compra dos equipamentos, mas apenas uma delas correspondeu a uma entrega real. As outras quatro, ideologicamente falsas, foram usadas para desviar o dinheiro. No total, o esquema resultou no desvio de R$ 78.612,50, um valor que deveria estar ajudando pessoas em uma das lutas mais difíceis de suas vidas.
Em sua defesa, o vereador alegou inocência, atribuindo a denúncia a uma perseguição política. “Eu fui vítima. Esse fato é anterior à minha eleição, não tem nada a ver com o meu cargo de vereador”, afirmou Edinho. No entanto, o MPMG não apenas solicitou a perda de seu cargo e a devolução do valor, mas também medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno.
Um Alerta para a Transparência e a Confiança Pública
A gravidade do caso em Uberlândia levou o MPMG e o Ministério Público Federal (MPF) a expedirem recomendações à Prefeitura e à Polícia Federal. A sugestão é clara: suspender imediatamente o pagamento de todas as emendas impositivas e investigar os repasses feitos a entidades privadas sem fins lucrativos. A medida busca criar critérios mais objetivos para a seleção dessas instituições e evitar que o dinheiro público, destinado a causas nobres, seja desviado para fins ilícitos.
O caso de Edinho do Combate ao Câncer é mais do que um escândalo político. É um soco no estômago daqueles que confiam na representação pública e na solidariedade. Ele levanta a pergunta: quando a confiança é traída de forma tão cruel, a quem recorrer?
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