Coronavac e Oxford: Brasil corre contra o tempo para garantir segunda dose
Em cronograma divulgado em dezembro, Ministério da Saúde estipulou que seriam necessárias quase 32 milhões de doses para iniciar a imunização no Brasil
O Ministério da Saúde precisa correr contra o tempo para garantir que não faltem doses da vacina no Brasil. Principalmente no que diz respeito à segunda aplicação do fármaco. O temor é de que os brasileiros que forem imunizados com a primeira dose de vacinas produzidas pela Sinovac e pela AstraZeneca não recebam a segunda aplicação no tempo hábil para garantir a eficácia comprovada nos estudos clínicos.
Em uma matemática básica, a conta é simples: cada indivíduo precisa receber duas doses da vacina contra o novo coronavírus. Considerando que o plano nacional de vacinação contempla 212 milhões de pessoas no Brasil, seriam necessárias pelo menos 424 milhões de doses. Isso sem contar as doses que seriam perdidas ou danificadas durante o processo logístico ou no armazenamento.
Ao considerar que a campanha de vacinação iniciou na segunda-feira (18), o governo precisa ter cerca de 32 milhões de doses das vacinas disponíveis para serem aplicadas antes que o segundo grupo (de pessoas com 60 até 74 anos) receba a primeira dose e respeitando o tempo limite de 21 dias entre as aplicações.
No cronograma previsto pelo Ministério da Saúde, o primeiro grupo a ser vacinado tem cerca de 14,8 milhões de pessoas e é composto por: trabalhadores da área da saúde, indivíduos com 75 anos ou mais, pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas, população indígena aldeada, e povos de comunidades ribeirinhas. O governo estimou que seriam necessárias mais de 31,7 milhões de doses das vacinas.
As fases seguintes imunizariam 22,1 milhões de pessoas entre 60 e 74 anos; e 12,6 milhões de brasileiros com morbidades como diabetes, hipertensão, doenças pulmonares graves, entre outros problemas de saúde que podem ser complicadores no tratamento do vírus Sars-CoV-2. A previsão é de que sejam necessárias 104,2 milhões de doses para a vacinação de 49,6 milhões de pessoas nas fases 1, 2 e 3. Já se considera que 5% das doses entrarão na conta de “perda operacional”.
O plano nacional de imunização do governo federal, divulgado há um mês, informava que o Brasil tinha negociações em andamento para a aquisição de 350 milhões de doses de vacinas de diferentes laboratórios, como Sinovac, Pfizer, AstraZeneca, Janssen e Covax. O documento detalha que as vacinas chegariam em diferentes momentos deste e do próximo ano, por conta da capacidade de produção de cada empresa farmacêutica.
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