Operação resgata internos que viviam em situação degradante em centro terapêutico de Elói Mendes
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em uma atuação conjunta com a Polícia Civil e a Polícia Militar, deu cumprimento, na manhã dessa última quinta-feira, dia 15, a um mandado de prisão preventiva contra o proprietário/responsável por um centro terapêutico localizado na zona rural de Elói Mendes, no sul de Minas. No local, pessoas eram mantidas em condições degradantes, como havia sido verificado em fiscalização realizada no dia 30 de junho.
Naquela ocasião, os internos do centro terapêutico, que são pessoas com vício em entorpecentes, foram resgatados e enviados de volta para suas famílias. Contudo, na manhã de ontem, foi verificado que, pelo menos, seis desses internos já estavam novamente no centro terapêutico, privados de sua liberdade. Segundo relatos delas próprias, elas foram sequestradas de suas casas e levadas à força para o centro terapêutico por funcionários do centro e com apoio de familiares.
Foram presos em flagrante três indivíduos responsáveis pela manutenção dos internos em cárcere privado – o proprietário da clínica, o irmão dele, que atua como “terapeuta”, mas é acusado de agredir fisicamente os internos, e um sobrinho do proprietário que atuava como monitor, responsável pela fiscalização dos internos.
Os três foram autuados em flagrante na delegacia de Elói Mendes pelos crimes de sequestro e cárcere privado triplamente qualificado (vítima maior de sessenta anos, privação da liberdade superior a quinze dias e com resultado de grave sofrimento físico e moral) e pelo crime de organização criminosa.
Ainda, um quarto indivíduo foi enquadrado no crime de embaraço à atividade fiscalizatória do Ministério Público e da Polícia Civil, previsto no Estatuto do Idoso. O homem, filho do proprietário do centro terapêutico, tentou coagir um senhor de 75 anos de idade a permanecer no centro, logo após o momento em que o delegado de polícia disse ao idoso que ele teria de sair daquele local e acompanhar as autoridades. O homem foi conduzido à delegacia para os procedimentos de praxe e, por se tratar de crime de menor potencial ofensivo (pena máxima de um ano de prisão), foi liberado. Os três autuados foram encaminhados ao presídio de Elói Mendes.
A ação foi coordenada pelo MPMG, com atuação do promotor de Justiça de Elói Mendes, Rodrigo Sanches Martins, do assessor Guilherme Lucena Rennó e da estagiária Débora Scaiolini.
Com informações da PCMG.
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