Óbito que estava em investigação em João Pinheiro dar negativo para COVID-19
A morte de um ente querido, que já é uma dor imensurável, pode se tornar ainda mais difícil quando os parentes não podem receber o amparo de amigos – aquele abraço de carinho de pessoas próximas que compartilham da mesma dor. Esta é a dura realidade imposta pelo coronavírus.
Os riscos de contágio mudaram a rotina dos velórios, que passaram a ter número de pessoas limitado para evitar aglomerações. O quadro é ainda mais cruel em casos de pessoas que morrem com suspeita da doença. Os casos suspeitos seguem o mesmo protocolo adotado naqueles confirmados: o corpo do paciente é colocado em caixão lacrado e sepultado, sem que parentes e amigos possam, viver os ritos de despedidas – uma vez que não há velório.
O corpo do paciente com suspeita de covid-19 é colocado em caixão lacrado ainda no hospital e após a conclusão dos trâmites burocráticos, segue diretamente para o sepultamento, em horário marcado com a família. As medidas seguem as orientações da OMS, da Anvisa e da Vigilância Sanitária.
O sofrimento foi vivido por uma família pinheirense que teve a dolorosa dor da perda, onde uma senhora de 58 anos, faleceu na madrugada do dia 05, na cidade de Paracatu, a causa morte foi registrada no atestado de óbito como “doença respiratória aguda” com indicação de suspeita para covid-19.
O sepultamento foi feito no cemitério, Santa Helena, em João Pinheiro, onde a família foi privada da despedida, devido o caixão lacrado por causa da suspeita de covid-19.
O resultado do exame saiu 05 dias depois do falecimento, onde atestou negativo para coronavírus. A informação nos foi passada pelo filho da vítima e confirmada pela nossa equipe de reportagem em contato com o Prefeito de João Pinheiro, Sr. Edmar Xavier, que confirmou ter recebido a informação do Secretário de Saúde Gilberto, onde informava que o exame havia dado negativo para covid-19.
O material havia sido colhido ainda em João Pinheiro, na data do dia 29 de março, quando a vítima deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi classificada como caso suspeito de coronavírus.
A vítima foi transferida para Paracatu devido ao agravo no quadro clinico onde chegou ao Hospital Municipal com crise respiratória. Ela lutava contra um câncer de palato mole e esôfago, a vários anos.
Segundo o decreto, em casos de mortes por causa do coronavírus, até em casos suspeitos, o velório e feito no cemitério com tempo reduzido, com o caixão fechado e com número reduzido de pessoas.
Lamentos foram feitos em vários grupos de Whatsapp
“A pior parte é não poder se despedir. O resultado desse exame poderia sair na hora e não deixar a família na expectativa, esperando tantos dias. A gente nem sabe mesmo se foi por coronavírus. E se não foi e a família não pôde se despedir? Como fica a família?”. Questionamentos feitos por várias pessoas em grupos de WhatsApp.
Além da dor de perder um parente, fica o drama de não poder se despedir, já que o caixão não pode ser aberto, e ainda com número de pessoas limitado.
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